sábado, 27 de outubro de 2012

Valéria Cruz


 
Conhecendo melhor o artista
Ficha Técnica:
Nome artístico: Valéria Cruz
Estado que reside: SP
Nacionalidade: Nascida no RJ trago a Bahia no sangue e na alma, mas de
                       fato, sou do mundo
Sexo: preferencialmente pela manhã (não podia perder a piada!!!haha)
Idade [se não se importar em dizer]: claro que me importo, acham que é
                                                       fácil carregar 46 anos assim?
Signo: Capricórnio com ascendente em leão e lua em câncer
          [me aguentem...se puderem...rs]


 Atrás da coxia o povo quer saber:
 
Quando começou a pintar/desenhar/escrever/cantar, etc:
     Valéria: Adoro arte de um modo geral. Costuro, bordo, faço crochê, tricô e
                   todo tipo de artesanato que meus olhos e meus dedos
                    alcançaram. Já tentei desenhar e só eu entendi, pintar e só as
                     telas me aturaram. Fiz cerâmica e algumas pessoas gostaram; 
                      progredi e mostrei o que escrevia e me assustei com o
                       número de pessoas que gostaram. Quando comecei?
                        Não sei precisar, algo como quando aprendi a escrever,
                          sempre fui dramática! PS: também canto em karaokê e no 
                            banheiro, claro!!! rs

O que é arte para você?
     Valéria: Academicamente construí o meu conceito de arte, como uma
                  manifestação - em sua maioria, de caráter estético, onde o
                    sensível é materializado num suporte alcançável pelo sistema 
                     sensorial, em interface com o cognitivo. Na prática acredito
                       que arte - seja tudo aquilo que surta os sentidos, sendo de
                         forma prazerosa ou até mesmo de repúdio, mas, proporciona
                           comunicação com o expectador de alguma forma.

Considera a arte um dom?
     Valéria: Considero a arte um dom, partindo do princípio que viver seja uma
                  desafiante obra arte, retocada a cada dia. Mas, concordo que 
                    algumas pessoas tenham talentos mais exacerbados, como 
                     algo implícito no seu DNA.Já vi desenhos, pinturas, esculturas,
                       escritos e outras expressões magníficas, de pessoas que 
                         nunca conheceram a técnica academicamente. Mas acredito
                           que o conhecimento seja um dos fatores importantes ao
                             desenvolvimento artístico.

Quem é a pessoa por detrás do artista? O que gosta de fazer, comer, hobbie, excentricidades, curiosidades:
     Valéria: A pessoa é simples...mas, desconfio, às vezes, que há um 
                  “tantinho” de multiplicidade na formação da personalidade.
                     Basicamente gosto de viver como todo mundo - brincar com
                       meu neto, trocar confidências com minhas filhas, escutar 
                         meu Pai, ler, escrever, namorar, estar com amigos, ouvir 
                           música, dançar, caminhar, dormir, cozinhar sem 
                              compromisso, ir ao cinema, navegar na internet...essas
                                coisas...e também cuidar dos meus dois gatos: Aarom
                                  e Godofredo.
                                    Excentricidades? Não sei se tenho, embora seja
                                      bastante sociável e comunicativa,gosto das
                                        minhas “janelas de solidão”, tenho alguns
                                          momentos caverna, que desligo os telefones e
                                            durmo ou arrumo gavetas, ou quando estou
                                              agitada ou preciso tomar alguma decisão,
                                                caminho muito, de preferência na beira da
                                                  praia...mas como hoje não tenho praia
                                                    perto, ando, ando , ando...rs

Você se considera encaixado em algum estilo? Se sim, qual? / se não por que?
     Valéria: Eu nunca havia pensando nisso, pois, escrever para mim é como
                  fazer exercícios físicos – você faz para garantir a saúde do seu
                    corpo, ou para melhorá-lo, ou até mesmo para desestressar.
                      O fato é: escrevo melhor, ou a escrita flui mais prazerosa e
                        visceral, quando o tema sugere melancolia. Não gosto muito
                          quando escrevo sobre felicidade, embora não me considere
                              uma pessoa infeliz, acho que fica tudo sempre tão
                                 piegas ... rs
                                                    Então um dia, alguém brincando me chamou de ultra-
                                     romântica e relembramos os tempos de colégio e 
                                       realmente, foi o período em que eu devorava
                                         poesias e chorava e escrevia com um colega em 
                                          dueto, enfim...gostei de ter sido “inserida” a
                                            uma escola literária que muito me agrada,
                                              realmente...mas insisto em pensar que estou
                                                à margem.Não porque queira ser diferente
                                                  de fato, mas porque, embora aprecie as 
                                                    prosas,as rimas, os sonetos, as quadras,
                                                     os contos bem escritos- principalmente
                                                       no tocante a gramática e ortografia-,  
                                                         seja descompromissada com a forma
                                                           e também, não escondo que tenho
                                                              uma gramática sofrível.

Há algum(ns) artista(s) que tenha como referencia para  o que produz?
     Valéria: Sim, vários! Dos contemporâneos aos clássicos, uma lista bem
                  polpuda, sem contar os das artes plásticas, que também são
                    inenarráveis fontes de “trans...piração”.

Tem uma rotina de trabalho? Se tem: Qual a hora que melhor produz e por que?
     Valéria: Não tenho rotina, escrevo em qualquer lugar a qualquer hora, às 
                  vezes uma frase que rabisco na caderneta que anda na bolsa  e
                    outra na cabeceira da cama em baixo dos óculos. Ah, tenho 
                      uma curiosidade – a hora do banho é implacável, embaixo do
                        chuveiro tive as melhores inspirações...algumas consegui 
                           reproduzir, outras...a água levou...rs

Já participou de alguma exposição/encontro literário/show/divulga, expõe  em algum lugar, etc:
     Valéria: Muito timidamente, participo às vezes, quando lembro de enviar, 
                  da Revista Literária Contando e Poetizando – revista que
                     é distribuída gratuitamente pelo Brasil e não circula na mídia
                       e participei da antologia poética Literatus.

Se você pudesse ser alguém [algum artista], aliado com sua personalidade e seu próprio tempo, quem seria?
     Valéria: Frida Kahalo...rs

Na sua trajetória de artista já encontrou alguém que tivesse feito uma ferrenha critica contrária ao que produz. Se sim, como isso lhe influencia?
     Valéria: Sim. 
    Considero que crítica seja uma opinião expertise, solicitada ou não, 
     mas um olhar de forma mais apurada ao que você faz, com
     propriedades concedidas pelo conhecimento no assunto.Aprendizado ou 
     destruição somos nós que escolhemos o que vamos absorver. Repudio a
     frase “crítica construtiva”, por entender que ninguém tenha a capacidade 
     de me construir ou destruir, a não ser eu mesma.
     Recebi uma bem “forte” em 2010,eu acho, logo depois que abri o blog
     – em um site de poesias. Solicitei a crítica, sobre a forma como escrevia e
     ele foi bastante solícito e até me aliviou um pouco,dizendo que “eu tinha 
     uma capacidade inventiva muito boa, mas que o que eu havia lhe 
     apresentado não considerava poesia!”. De certa forma, me balançou
     bastante [mas não pensei em cortar os pulsos...rs] e reafirmou o meu
     descomprometimento com a escrita e o comprometimento comigo. Foi
     muito importante para que me situasse, sem fantasias, com a convicção
     de que o caminhante é quem faz o caminho. Só não me lembro mais onde
     está, para que pudesse mostrá-la paraentenderem do que falo...rs  Nessa 
     ocasião, também recebi de uma grande amiga, a “carta de Mário
     Quintana”, sugiro que todos que estão começando a escrever a leiam,
     foi uma força para que não deixasse de divulgar o que escrevo. Hoje com
     muito mais cuidado e como sempre, sem arrogâncias,apenas escrevo o  
     que quero e quando quero, se é poesia ou não, só me lembro de um 
     trecho da música do Alceu Valença – Jacarepaguá Blues:...vá perguntar ao
     Gabeira se você pode fumar...

Participa de algum projeto social que envolve os seus dons artísticos?
     Valéria: Já participei de um projeto num abrigo de idosos, numa época em 
                  que nem sonhava em publicarnada. Eu me dava melhor na ala 
                    masculina. Além de conversar, escutar muitas histórias,
                      queixas, contar piadas, dançar, cortar unha, fazer barba, 
                        ajudava-os a escrever poesias e recitá-las, algumas eram
                          para mim, uma delícia! Infelizmente no momento nada.

Há algo que considere relevante e queira acrescentar ?
     Valéria: Sim. 
                  Como uma pessoa que possui blog e está em alguns sites,
                    gostaria de deixar aqui uma espécie de reflexão ou até mesmo 
                      apelo.Todos sabem como anda a educação do nosso país, 
                        cada vez mais precária, onde o indivíduo é preparado  para
                          assinar seu nome e interpretar sinais de conveniências, 
                            consolidando assim, cada vez mais uma massa de
                              manobra amorfa e replicante. Também  é do nosso
                                 conhecimento, que o acesso a internet está cada vez
                                   mais fácil; portanto, nós que utilizamos essa 
                                     ferramenta, tenhamos cuidado com o conteúdo das
                                       nossas publicações, para que continuemos a ser 
                                          FERRAMENTA e não, ARMA.

Deixe uma mensagem às pessoas que praticam arte profissional ou amadoramente.

                    Valéria: "Em todo curso da história, temos exemplos de pessoas
                              que até foram consideradas imbecis e nos deixaram
                              grandes legados. Reafirmando que viver seja a mais
                              importante obra de arte da nossa existência, não furte
                              o nosso prazer da fruição. E mesmo que consiga 
                              agradar a muitos, nunca haverá de agradara todos; e
                              que isso não lhe seja uma desmotivação, mas sim, um
                              grande pacto de lealdade entre você e seus princípios."
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 Publicação:
   

3 comentários:

Anônimo disse...

Bonito demais de se ouvir, uma pena que a entrevista está dificil de ler aqui no blog.
Amo as coisas que a Valéria escreve.
BJokas
Mariazinha*

V.Cruz disse...

Amiga querida,
depois de te dar tanto trabalho, finalmente...estamos no ar.
Obrigada pela oportunidade e que essa sua iniciativa seja exemplo.
Bjão.
V.

V.Cruz disse...

Mariazinha querida,
Obrigada pelo carinho.
Bjão
V.